segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Escolha na Vida


Cada pessoa passa por momentos de escolha, chamado de vocação, para seu seguimento na vida. O primeiro objetivo deste caminho é a realização pessoal, a felicidade sustentável. Mas nem todos conseguem acertar o alvo verdadeiro, tendo que enfrentar uma realidade que não condiz com sua identidade, com sua vocação. Isto acontece muito no mundo profissional.

A escolha certa proporciona libertação verdadeira. Estar num lugar errado é viver a prática da escravidão. A atitude de Jesus Cristo foi de acolher aqueles que foram marginalizados pela sociedade. Marginalização, muitas vezes, causada pela falta de oportunidades na escolha da profissão ou da vocação para o estado de vida, que é fundamental para o indivíduo ter esperança de futuro.

Hoje as opções, de forma geral, são inúmeras, até dificultando nossa capacidade de definição e de escolha. No mundo consumista, por exemplo, tudo que é escolhido cai no esvaziamento e na ânsia por novidades. Somos insaciáveis e vulneráveis, caindo numa condição de frustração e irrealização. Isto vem acontecendo até com quem é bem estruturado em sua identidade pessoal.

O equilíbrio psicossocial e espiritual pode garantir uma vida com dimensões maduras, seja em nível humano como também no patamar transcendente. É uma vida que deve ser vivida na fé no Deus que deu a vida por nós. É a prática da justiça que não vem pelo cumprimento da Lei, mas pelo caminho da renúncia na escolha.

A vida tem sentido quando vivida no amor, na capacidade de doação realizada de forma desprendida e sem um cunho propriamente comercial. Nos ensinamentos bíblicos isto está bem definido, ancorado no testemunho dado por Jesus Cristo. Ele morreu na cruz por amor, convidando-nos a seguir seu espírito de doação nos fatos diários de sofrimento que nos acompanham.

Sabemos que não é fácil ir contra a maré, contra uma cultura que endeusa a vida sem sacrifício, como “gozo” apenas. Isto causa felicidade passageira, descompromissos nos momentos mais difíceis e incapacidade para enfrentá-los. A vida fácil, com irresponsabilidade a base para uma escolha sem sustentação.


Por: DOM PAULO MENDES PEIXOTO 
ARCEBISPO DE UBERABA - MG

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