Novembro nos faz lembrar os irmãos e irmãs, parentes e amigos, que se foram, todos esses que ocuparam um lugar importante em nossa viagem através do tempo e largaram suas mãos de nossas mãos.
Nem sempre conseguimos encarar com serenidade a chegada desse final inevitável para todos, esse fantasma da morte.
Temos uma ânsia incontrolada de vida e, de repente, vemos a vida interrompida. Por vezes é um irmão, um filho que sofre com a luta contra a morte. Todos nós temos que “enfrentar” o mistério da morte.
Francisco de Assis experimentou a alegria de viver, júbilo de percorrer os campos e prados da doce Assis. Sempre teve profunda alegria de conviver com seus irmãos e com as irmãs que Deus lhe havia dado.
Sua morte torna-se uma experiência de comunidade. Assis, a cidade, quer que seu grande Irmão morra dentro de seus muros, protegido e guardado no palácio episcopal. Teria uma morte controlada.
Francisco queria ter uma morte “pública”.
Hoje, as pessoas morrem “escondidamente” em clínicas, ou em casa, ou até mesmo sem ninguém nas unidades de tratamento intensivo. Em muitos lugares não há mais a proximidade e a presença de familiares. As pessoas morrem assistidas por enfermeiros e cuidadores. A vida moderna não tem jeito de abordar a morte. Como o homem se sente incapaz de prolongar a vida prefere distanciar-se do fato. Há pessoas que não querem assistir a morte de ninguém nem ver o falecido. Basta um caixão e uma coroa de flores…
A morte do Poverello será um fato inesquecível para todos os que ali estavam presentes. Há todo um cerimonial de morrer que respira esperança. Anteriormente, em seu Cântico das Criaturas, Francisco havia dado à morte o delicado nome de Irmã, Irmã Morte… Porque ela nos leva à terra dos vivos.
Quando percebe que está chegando a sua hora, celebra com seus íntimos mais íntimos uma refeição imponente antes de esperar nu na terra nua a “Irmã Morte”. O Poverello vive sua morte numa celebração pascal. Esse italiano da Úmbria cria um modo novo de morrer…
Francisco não morre sozinho. Faz-se acompanhar dos seus íntimos mais íntimos. Há uma dor compartilhada e uma esperança vivenciada. A morte passa a ser um sinal de esperança para quem morre e para quem fica. Essa cultura hodierna de fazer a pessoa morrer sozinha, ou longe de seus entes queridos, na frieza de uma unidade de terapia intensiva priva ao que morre e aos que ficam dessa bela experiência de uma comunidade de fé.
Não posso me privar da alegria de transcrever umas poucas linhas de Fernando Felix Lopes no seu O Poverello. S. Francisco de Assis, com seu estilo todo português: “Daquele corpo em destroços, ali estendidos no chão, cresce e sobe a apagar-se na distância das Alturas, a melodia do salmo. E, subindo a voz, como se fora de um homem renascido na justiça original, voz de criança, argêntea e bela, abre nas trevas da noite esteira de tanta luz que arrasta consigo um bando de cotovias entontecidas por aquela madrugada nova” (p. 493).
Assim morreu esse Francisco de Assis exalando um perfume de esperança…
Fonte: franciscanos.org.br
Veja fotos de pessoas que mostraram serenidade na morte.
Santa Terezinha do Menino Jesus
Padre Pio
Como disse o padre hoje na homilia, finados e um dia marcado pela saudade, mas nao pela tristeza porque temos a certeza da ressureição. Bjs . Bfds.
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