sábado, 31 de agosto de 2013

31 de agosto - 55 anos de Fundação do nosso querido Carmelo






J.M.+J.T.
Carmelo Sagrado de Jesus e Madre Teresa - Bananeiras -PB
 " Para Vós, Senhor, nasci: Que mandais fazer de mim?" 
(Santa Teresa de Jesus)
 
“Assim como a benignidade de Deus desceu sobre a terra e falou com os homens e mulheres, o meu desígnio é que cada uma de nós, deste Carmelo, seja como o Cristo:  a benignidade de Deus que fala com as pessoas para que elas também queiram falar com o seu Deus.                                                                 
 Que Cristo nos dê a graça de sermos tais, que possamos pela nossa vida suscitar nas pessoas                               
o gosto pela oração.”
  (Madre Teresa de  Jesus)

A HISTÓRIA NOS CONTA  
 (Texto de Paulo Afonso Dornelas Borges - in memorian -  lido na ocasião do Jubileu do Ouro de fundação)

Iniciamos agora um pequeno histórico daquilo que Gamaliel havia dito em Atos dos Apóstolos (5,38-39): “Pois, se esta obra provém dos homens, destruir-se-á por si mesma; se vem de Deus, porém, não podereis destruí-la. E não aconteça que vos encontreis movendo guerra contra Deus.”

Sem dúvida alguma, esta obra que aqui está comemorando 55 anos de caminhada foi gestada no centro do Coração de Jesus que iluminou Madre Teresa de Jesus como instrumento – força e luz  para realizar o projeto de Deus nos tempos atuais.

A partir de uma vida íntima na oração e de uma fidelidade ímpar aos novos apelos da realidade Latino-americana, Madre Teresa de Jesus pensou num Carmelo simplificado, Leve e Transparente, capaz de encontrar no hoje da história o seu papel de ser sinal vivo e atuante de Deus. Quando Madre Teresa percebeu o chamado para fundar mais um Carmelo, para o louvor e glória de Deus, quis logo comunicar ao seu confessor – Pe. João Gualberto, capelão do Carmelo de Petrópolis, a moção interior que havia sentido; ao que ele respondeu: “Vá, porque outras coisas maiores do que uma Fundação lhe aguardam”. E, Madre Teresa sempre dizia: “Essas coisas maiores que uma Fundação as quais me aguardavam, com certeza eram a formação e o empenho por um Carmelo leve e transparente com todas as suas conseqüências”...

Madre Teresa nomeou S. José como seu divino esmoleiro para conseguir os meios necessários à realização da Fundação do Carmelo que ela gestava no coração e na oração. Ele foi incansável e eficiente em seu trabalho. Até hoje, S. José nos assiste e nos precede com sua benevolência. Madre Teresa suplicava a ele assim:
“Meu São José do Poder, estou de mãos vazias. Sem um centavo para empreender tão grande obra. Nesta hora, deposito em sua mão poderosa esta bolsinha para que você passe a ser o esmoleiro do novo mosteiro”. De um lado o Coração de Jesus acolhia o esforço humano e irradiava bênçãos e graças, de outro lado o Poderoso S. José cuidava das coisas práticas e administrativas desta casa.

Foi no dia 31 de agosto de 1958 que tal sonho comunitário, fruto de uma relação amorosa entre o Jesus-Esposo e Me. Teresa sua Esposa, se fez carne e habitou na comunidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. A comunidade que chegava para ser a testemunha fiel naquela cidade era composta pelas seguintes Irmãs: Madre Teresa de Jesus, Irmã Rosa Branca do Coração de Maria, Irmã Maria de Lourdes de Cristo Rei, Irmã Maria Amada do Coração de Jesus, Irmã Ana Lúcia da Eucaristia, Ir. Germana dos Anjos e Irmã Clemência do Bom Pastor. Dentre essas temos a alegria de ainda ter entre nós a Irmã Clemência do Bom Pastor.

Durante 24 anos e meio, este Carmelo esteve nas terras mineiras dando testemunho autêntico da Palavra de Deus. Essas mulheres, e tantas outras que ao longo dos anos vieram a compor esse convívio fraterno, souberam, e continuam ainda hoje sabendo, “completar na carne aquilo que faltou na paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Sim, é morrendo e ressuscitando que nos transformamos em oferendas agradáveis a Deus!

Foi assumindo as lutas que geram vida, fiéis à Espiritualidade Carmelitano-teresiana que as remete aos Valores Evangélicos, que este Carmelo comungou e participou também das alegrias e das tristezas do ser humano, dos brasileiros, dos mineiros e da população de Juiz de Fora. Deste ato amoroso nasceram inúmeros compromissos humanos, tais como: amizades verdadeiras, fé viva e comprometida por meio de uma prática real de caridade, comunhão na esperança messiânica, olhar especial para os pobres de Deus, etc.

Por desígnios de Deus que são inexplicáveis, este Carmelo, que havia cumprido sua missão naquela cidade mineira, foi enviado para proclamar o “Ano da graça” a outros povos. Em 1983 se transfere para Itaguaí-RJ. O que aconteceu no dia 6 de fevereiro. Como Deus escreve certo por linhas tortas, Madre Teresa transformou-se em nova semente, foi plantada por Deus no chão desse Carmelo para que ele pudesse continuar dando frutos em abundância. Foi preciso que o incenso (Madre Teresa) fosse queimado nas ardentes brasas do Espírito Santo que se revela nas cruzes da vida, a fim de poder transformar-se em fumaça e aroma de agradável odor. Qual Moisés, partiu sem “entrar na terra prometida”. Chegando a Itaguaí, D. Vital com a comunidade liderada por Madre Teresinha, acrescentaram ao nome do Carmelo até então Sagrado Coração de Jesus, também o nome de Madre Teresa, ficando assim denominado, Carmelo Sagrado Coração de Jesus e Madre Teresa. 

Renovado por esta entrega total a Deus, o Carmelo Sagrado Coração de Jesus e Madre Teresa é oferta e testemunha fiel à comunidade de fé da Diocese de Itaguaí, na baixada Sul Fluminense do Rio de Janeiro. No entanto, Itaguaí, por diversos motivos, não será ainda “a terceira cidade”. Consciente de que neste mundo nada é definitivo, tudo é transitório; por isso, sabedoras da necessidade de se viver neste mundo a partir da espiritualidade do deserto, essas irmãs, peregrinas com Maria, a partir do deslocamento interior, na escuta de Deus, fizeram seu discernimento para darem um testemunho contemplativo na igreja de Deus que está em Guarabira. Discernimento esse, feito a partir do silêncio, da contemplação, da comunhão e da participação das alegrias e dos sofrimentos do Povo de Deus. Por causa desse testemunho e da bênção de Deus, os frutos permanecem.

Após 16 anos de vivência evangélica, Deus mostra mais uma vez que é preciso desinstalar-se. Como nos afirma o livro de Sabedoria (7,24) “não existe nada mais móvel do que a Sabedoria”. A encarnação do ser peregrino conferiu a esta casa características peculiares de quem de fato quer pertencer somente ao absoluto de Deus. Partindo, sem planejamento, apoiada somente na Palavra de Deus, a comunidade faz seu êxodo mais uma vez na busca da “terceira cidade”.

Foi em 30 de maio de 1999, respondendo à Sabedoria de Deus, que esta comunidade veio ser um perfume de agradável odor entre nós, o Povo de Deus da Paraíba e mais especificamente na cidade de Bananeiras. Nestas terras se buscou, mais do que nunca seguir os conselhos do Apóstolo S. Paulo na sua carta a Tito (1,7-8) “É preciso ser ecônomo das coisas de Deus e não das coisas do mundo, de forma irrepreensível, sem presunção, nem irascível, nem ávido pelo lucro desonesto. Mas buscando ser hospitaleiro, bondoso, ponderado, justo, piedoso, disciplinado e fiel à Palavra de Deus”.

Somos um povo privilegiado! Diocese de Guarabira, continue sendo como o sacerdote do Apocalipse que, após queimar o incenso (povo de Deus) na brasa do Espírito Santo, derramou e esparramou esta brasa por sobre a terra, provocando um grande alvoroço, reboliço, terremoto,... Que estes incensos do Carmelo possam transformar-se em brasas no coração de todos os povos desta Igreja Particular.

É bom salientar que esta casa, ao longo destes anos, teve sempre a preocupação de estar em comunhão com a Igreja de Cristo. Por este motivo suas respostas ao mundo foram sempre a partir do magistério da Igreja com o rosto Latino-Americano. Todas as Conferências Gerais do Episcopado foram acompanhadas com muita oração e estudo, buscando colocá-las em prática. Pe. Carlos Palácio (provincial dos Jesuítas) e grande amigo do Carmelo, sabiamente diz: “Há algo de fascinante nesse itinerário de Madre Teresa que condensa de maneira paradigmática a sofrida metamorfose de uma consciência Eclesial que encontrou a sua expressão no Vaticano II, a virada significativa de uma Vida Religiosa que recupera aos poucos a sua identidade evangélica a partir da opção pelos pobres e a existência frágil e ameaçada de uma maneira nova e original de ser Igreja nas CEBS. Madre Teresa foi um pouco isso tudo: alguém que soube abrir-se à novidade e a exigência do Concílio e que por isso mesmo foi cada vez mais sensível à consciência da Igreja e da Vida Religiosa na América Latina.
A vida e o itinerário de Madre Teresa é uma experiência da presença criadora, livre incontrolável do Espírito. Experiência silenciosa de atenção aos acontecimentos e de interpretação dos sinais. Rara e fascinante síntese na qual se reencontra a força originária do ideal contemplativo e a liberdade espiritual dos filhos de Deus diante das suas, necessariamente, limitadas configurações históricas”.

Nestes anos de convivência com o Carmelo aqui em Bananeiras, podemos constatar que o Pe. Carlos Palácio tem razão. Madre Teresa foi uma alma contemplativa autêntica, filha da grande Santa Teresa de Ávila, porém bem latino-americana, bem brasileira, comprometida com o hoje de nossa história, como ela mesma disse: “Ofereço a minha vida a fim de que nasça uma vida contemplativa nova”. (carta 25/10/81).

Hoje, com o documento de Aparecida é notório também que esta casa consegue, com muita propriedade, fazer o resgate pela opção preferencial pelos oprimidos e excluídos de nossa sociedade. Os pobres em todas as suas facetas: crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciãos. Há uma preocupação especial, neste Carmelo em rezar principalmente pela discriminação da mulher como tão bem diz o Padre Libânio (Jesuíta): “a grandeza espiritual de Madre Teresa e sua riqueza de perspectiva são tanto mais extraordinárias, quanto de um lugar tão isolado do mundo, o Carmelo, brotavam os anseios de transformação. E as mudanças a que ela almejava, e pelas quais ansiava, orientavam na direção de uma maior inserção do Carmelo na vida do povo pobre e necessitado. Madre Teresa sonhava com um Carmelo leve e transparente bonito de modo que nenhum pobre tivesse medo de procurar aí consolo para seus sofrimentos.
Impressiona-nos a síntese maravilhosa que Madre Teresa realiza em sua vida numa experiência mística de profunda oração, de intensa união com Deus que transparece de modo diáfano em seus escritos, e esse anseio de criar e fundar um novo Carmelo com tudo o que significa de preocupações, de iniciativas, etc. E a maior marca que ela é de Deus parece-me estar numa dupla atitude difícil e paradoxal de obediência, de submissão de um lado e, do outro lado a constante perseverança em tentar realizar aquilo que vem de dentro como exigência do Espírito. Lutar e esperar, resistir e confiar, obedecer e continuar insistindo. Liberdade de seguir os impulsos do Espírito. Liberdade de encontrar as raízes profundas do Carmelo e assim viver no mundo de hoje no meio dos pobres, essa experiência mística.”

Por todos os feitos deste Carmelo ao longo desses 55 anos de caminhada no deserto da vida. Digamos todos:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
                  Para sempre seja louvado!
Pedimos para nossos amigos, neste dia  jubiloso do aniversário de nossa fundação, a graça especial que só o próprio Deus sabe que mais necessitam no momento. Que Ele os abençoe.
Abraços carinhosos, com as orações de
Ir. Maria do Carmo e Comunidade

" AGORA COMEÇAMOS. PROCUREM, POIS, COMEÇAR SEMPRE E CADA VEZ MELHOR"(Sta. Teresa D' Ávila)
Monjas Carmelitas Descalças 
Rua do Mosteiro, 01 - Bairro Divina Graça
Bananeiras - PB - BRASIL
58220-000
Fone: 55 (83) 9918  2460(tim)
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